sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Assassinato refratado

O trecho abaixo faz parte do livro A sagração da primavera, de Modris Eksteins, na tradução de Igor Barbosa, que aliás deveria ter sido premiada. Bem, resolvi destacá-la pela forma como nos traz à memória um acontecimento de grande vulto no Brasil, em 1929, quando uma mulher, alvo de diversas matérias escritas por Mário Rodrigues acerca do seu desquite, vai à redação para matá-lo e, sendo atendida pelo seu filho Roberto Rodrigues, resolve no ato disparar a arma contra ele mesmo, dando-se assim, ela mesma o disse ao ser presa, por satisfeita.

Calmette atacaria repetidamente ao longo de 1912 e 1913. Quando Auguste Rodin saiu em defesa de Nijinsky, Calmette o repreendeu como um diletante imoral que esbanjava verbas públicas. Em dezembro de 1913, Calmette iniciaria sua última campanha, desta vez um ataque contra Joseph Caillaux, ex-primeiro ministro das finanças no novo governo de Doumergue. Em 16 de março de 1914, Henriette Caillaux, esposa do ministro, pegou um táxi para a redação do Figaro na Rue Drouot, esperou pacientemente por uma hora para ver o editor-chefe, depois entrou com ele em seu escritório particular e esvaziou sua pistola automática nele. Atingido por quatro dos seis tiros disparados, ele morreu naquela noite.

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