No dia seguinte partiu Félix para Tijuca, onde tinha uma casa de recreio e refúgio; regressou duas semanas depois. Durante esse tempo nada soube do que ocorrera na cidade: não leu jornais nem abriu cartas de amigos.
A ressurreição, de Machado de Assis, capítulo IV
Invejável esse Félix, embora fosse, como se diz na linguagem jovem de hoje um curtidor(hoje talvez não tão jovem), não era escravo de alguns caprichos das agitações que cercam pessoas de sua personalidade e condição financeira. Como o informa o trecho acima, foi capaz de ir a um lugar aprazível, retirado, longe das baladas da época, e não assistir ao Jornal Nacional nem acompanhar as notícias eternamente fresquinhas da internet nem abrir o whatsapp. E para completar, não sofria do mal que aflige as personagens de Houllebecq, que apostam todas as fichas no turismo:
Olhe, os meus dois pólos estão nas Laranjeiras e na Tijuca; nunca passei desses dois extremos do meu universo. Confesso que é monótono, mas eu acho felicidade nessa mesma monotonia.
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